Quando falamos em vilões, a Úrsula, de A Pequena Sereia, vem rapidamente à mente. Ela representa o lado sombrio que habita os contos, mas será que podemos aprender algo com essa vilã?
Em vez de simplesmente ver a Úrsula como malvada, que tal refletirmos sobre o que ela simboliza em nossas próprias vidas?
O que é o lado sombrio?
O lado sombrio, também chamado de “sombra”, é um conceito da psicologia Junguiana. Ele representa todas as características que evitamos mostrar ao mundo, pois acreditamos que elas não se encaixam em nossa identidade ideal. Essas características incluem emoções como raiva, ciúme, medo e até desejos reprimidos. O problema é que, ao suprimir essas partes de nós mesmas, acabamos negando uma parte importante de nossa identidade.
Mas, o lado sombrio não é algo a ser temido. Pelo contrário, ele carrega uma energia poderosa que pode nos ajudar a viver de forma mais autêntica e completa.
Por que temos medo do nosso lado sombrio?
Vivemos em uma sociedade que valoriza a positividade e a luz. Constantemente ouvimos frases como “mantenha-se positiva” ou “seja luz para os outros”, o que pode nos levar a acreditar que sentimentos negativos ou sombrios não têm lugar em nossa vida. Porém, reprimir essas emoções e impulsos só faz com que eles cresçam e se manifestem de formas descontroladas.
O resultado? Explosões de raiva, sabotagem pessoal e uma sensação constante de desconexão com quem realmente somos.
O que a Úrsula pode nos ensinar sobre autenticidade?
Úrsula, com sua confiança e poder, é a figura que representa o lado sombrio de Ariel. Embora seja a vilã da história, ela é também um símbolo de força, autonomia e autoaceitação. Úrsula não esconde ou reprime quem realmente é, mas por estar identificada somente com esse lado sombra, ela personifica todo o mal. Ao negar esse lado sombrio que nos habita, assim como Ariel, perdemos a nossa voz, a nossa autenticidade.
Em vez de lutar contra o lado sombrio, podemos integrá-lo e transformá-lo em uma fonte de autoconhecimento
Como integrar o lado sombrio na sua vida
Integrar o lado sombrio à nossa personalidade não significa ceder a impulsos destrutivos, mas sim entender suas raízes e usá-las de forma construtiva. Aqui estão algumas dicas práticas para acolher e integrar sua sombra:
Reconheça suas sombras: Identifique as emoções ou traços que você tende a esconder ou suprimir. Quando a raiva, o ciúme ou o medo aparecerem, pergunte-se: “O que isso está tentando me mostrar?”
Pratique a autocompaixão: Todas nós temos um lado sombrio. Em vez de se criticar, ofereça a si mesma compaixão. O julgamento apenas intensifica a separação entre você e sua autenticidade.
Transforme emoções em poder: A raiva pode ser convertida em assertividade, o medo em cautela, e o ciúme em inspiração. Use essas energias de forma criativa.
Autenticidade na prática: Aceitar seu lado sombrio é um passo importante para viver de forma mais autêntica. Quando nos permitimos ser completos — luz e sombra — somos capazes de mostrar quem realmente somos ao mundo.
O lado sombrio e o poder da autenticidade
Para sermos autênticas, precisamos aceitar nossas complexidades. Isso inclui as partes que foram rejeitadas ou reprimidas ao longo da vida. Nossa sombra carrega potencial inexplorado, que pode nos ajudar a desenvolver maior autoconhecimento, empatia e poder pessoal.
A Úrsula de A Pequena Sereia simboliza essa força oculta. Embora seja apresentada como uma vilã, ela também é uma personagem que não tem medo de reivindicar o que quer e ocupar seu espaço no mundo — uma lição valiosa sobre o poder que podemos encontrar ao aceitar nossa própria sombra.
Abrace sua Úrsula interior e viva de forma mais autêntica
A repressão do nosso lado sombrio pode nos levar a uma vida de desconexão e autossabotagem. No entanto, quando olhamos para nossas sombras com compaixão e curiosidade, encontramos forças que podem nos levar a uma vida mais autêntica e plena.
Aceitar a Úrsula que vive em você — com seus defeitos e qualidades — é a chave para ser verdadeiramente autêntica e viver de acordo com quem você é. A autenticidade vem da aceitação total de nós mesmas, não apenas de nossas luzes, mas também de nossas sombras.
Então, o que sua Úrsula interior tem a te ensinar?