Eu olhei para o computador. As mãos congelaram.
Minha mente gritava: E se não der certo?
Era o medo, claro. Sempre ele.
Mudar de carreira aos 35 parecia uma loucura.
Mas também uma necessidade.
Porque eu sabia: o lugar onde eu estava não fazia mais sentido.
Por muito tempo, eu tentei resistir.
Afinal, quem recomeça depois dos 30?
Quem ousa jogar tudo para o alto quando o mundo lá fora exige estabilidade?
Mas algo dentro de mim não se calava.
Aquela voz que me puxava para trás, lá para a infância, onde eu me sentia viva.
A menina que via a avó costurar.
Que lia histórias ao anoitecer.
Que sonhava com outros mundos.
E foi nesse sonho que a @fantasiadebrincar nasceu.
Uma marca de fantasias infantis.
Uma forma de me reconectar.
Com a criança que eu fui.
Com a mulher que eu estava tentando me tornar.
Mas o medo ainda estava ali.
O medo do julgamento.
De parecer boba.
De falhar.
Eu me sentia exposta.
Vulnerável.
Mas segui em frente.
Porque o que mais eu poderia fazer?
As fantasias me trouxeram de volta à Psicologia.
Sim, a Psicologia.
Aquela vontade antiga, silenciada por tantos anos.
Aquela chama que nunca apagou.
Decidi voltar.
Faculdade, duas pós-graduações.
Tudo de uma vez.
Porque, de repente, o tempo parecia curto.
Eu precisava correr.
E corri.
Até quase me perder.
Entre o medo de fracassar e a pressão de dar certo.
Foi quando percebi: não se trata de correr contra o tempo.
Se trata de caminhar ao lado do medo.
Sem tentar vencê-lo.
Mas usando-o como impulso.
Hoje, 7 anos depois, o medo continua aqui.
Mas ele já não me paralisa.
Ele me empurra.
Me lembra de que a mudança é difícil.
Mas absolutamente necessária.
A Carolina de 2018?
Ela foi corajosa.
Ela enfrentou o julgamento.
O fracasso.
E me trouxe até aqui.
E você?
Que medo você precisa transformar em coragem?
