O que você cala pesa silenciosamente na sua vida.

Outro dia, me peguei pensando em quantas vezes escolhemos o silêncio em vez da palavra. Não aquele silêncio confortável, que nos acolhe e nos dá paz, mas o silêncio que pesa, que sufoca. Aquele que surge quando decidimos não dizer o que realmente pensamos, quando guardamos para nós mesmas o que deveria ser expresso.

Esses momentos de não dito, de palavras que ficam presas na garganta, são mais comuns do que gostaríamos de admitir. São aquelas conversas que nunca acontecem, os desabafos que ficam para depois, as verdades que escolhemos esconder. E por quê? Talvez por medo de sermos mal interpretadas, de causar desconforto, de não sermos compreendidas. Ou, quem sabe, porque aprendemos que é melhor não dizer nada do que arriscar uma reação adversa.

Mas o que acontece com tudo o que fica por dizer? Ele não desaparece. O não dito se acumula, vira um peso, uma sensação de que estamos sempre segurando algo. E esse peso, por mais leve que pareça no começo, vai se tornando insuportável com o tempo. Nos afastamos de nós mesmas e dos outros, criando uma barreira invisível que, ao invés de nos proteger, nos isola.

A verdade é que há um poder enorme em dar voz ao que sentimos. Em transformar o não dito em palavra, em fala, em comunicação. Porque, no final, o que não dizemos muitas vezes importa mais do que aquilo que escolhemos expressar. São as conversas evitadas, as emoções reprimidas, os desabafos guardados que moldam nossos relacionamentos e, principalmente, a maneira como nos enxergamos.

Então, que tal começar a dizer o que realmente pensamos? Que tal abrir espaço para a conversa sincera, para o diálogo que não apenas informa, mas também conecta? Não é fácil, eu sei. Mas aos poucos, com pequenos passos, podemos transformar o silêncio em voz. Porque, no fundo, todas nós merecemos ser ouvidas.