Pesquisar
Close this search box.
Pesquisar
Close this search box.

O que o conto ‘Rumpelstiltskin’ nos conta sobre a importância de dar nome ao que sentimos.

imagem feita pela IA para caracterizar o duende do conto rumpelstiltskin

No conto de fadas “Rumpelstiltskin”, a filha do moleiro se torna rainha graças à ajuda de um duende misterioso, que a socorre em um momento de desespero. No entanto, essa mesma figura mágica, tempos depois, ameaça tirar dela seu bem mais precioso: a princesa, sua filha. Não importa quanto ouro a rainha ofereça, o duende não se contenta com riqueza material; ele quer algo mais profundo, algo essencial.

O único meio de escapar desse destino cruel é descobrir o verdadeiro nome do duende. Mas não basta qualquer nome – precisa ser o nome exato. Diante dessa tarefa aparentemente impossível, a rainha recebe a ajuda de um mensageiro, que representa a ponte entre o mundo interno e o externo, entre o consciente e o inconsciente. Esse mensageiro, em sua busca, descobre o nome do duende – Rumpelstiltskin – e ao pronunciá-lo, a rainha quebra o poder que ele tinha sobre ela.

Esse conto é uma metáfora poderosa para o processo de lidar com nossos próprios conflitos e emoções. Dar nome ao duende simboliza trazer à consciência aquilo que antes estava nas sombras do inconsciente. Quando nomeamos nossos conflitos internos, nossas dores e medos, estamos essencialmente fazendo o que a rainha fez ao nomear o duende: reconhecemos o que antes era desconhecido e, assim, começamos a enfraquecê-lo.

Na psicologia analítica, esse processo de nomeação é crucial para a assimilação das emoções. Quando conseguimos nomear nossos sentimentos e conflitos, como tristeza, ansiedade ou raiva, nos tornamos capazes de lidar com eles de forma mais clara e eficaz. A rainha, ao nomear o duende, entende que ele, que inicialmente parecia um aliado, agora tem o potencial de destruí-la. Mas ao nomeá-lo, ela o fragmenta, reduzindo seu poder sobre ela.

Assim, a força destrutiva que uma vez ameaçou sua existência se transforma em uma força produtiva, que ela pode integrar e utilizar de forma criativa. Esse é o poder da nomeação na psicologia: o que era uma ameaça inconsciente se torna uma parte consciente da psique, algo com o qual podemos trabalhar e crescer.

Eu sei que nomear a dor é uma tarefa difícil. Porém, ao fazermos isso, nos tornamos mais fortes, mais conscientes e mais capazes de seguir com clareza em nossa jornada do autoconhecimento. Nomear não é apenas um ato de reconhecimento, mas um passo essencial no processo de transformar nossas sombras em luz, nossa dor em sabedoria.

 

Uma resposta

  1. Muitas vezes, a dor que não conseguimos entender ou expressar se torna uma força que nos paralisa, nos assombra e parece maior do que realmente é. Mas quando conseguimos nomeá-la, algo muda. Aquilo que antes era apenas uma ameaça vaga e as vezes, fantasiosa, (sem minimizar a dor) se torna algo concreto, algo que podemos observar, conversar com nós mesmos, compreender , e principalmente, transformar em força para se libertar e seguir em frente.

    Estou adorado o blog, já quero saber mais sobre os contos!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Pesquisar

Categorias

Newsletter

Deixa seu e-mail aqui, que uma vez por mês te envio dicas, textos e coisas que estou aprendendo e pensando <3