A psicologia entrou na minha vida como um raio de luz em um dia nublado, iluminando cantos que eu nem sabia que existiam. Eu era uma adolescente de 16 anos, com emoções à flor da pele, e minha mãe, que nunca havia explorado o caminho terapêutico, percebeu que precisávamos de algo mais. foi ela quem decidiu que, juntas, iríamos para a psicóloga.
Eu, com meus questionamentos em ebulição, passei de “menina quieta” a contestadora de tudo. Uma vida toda desenhada na prancheta alheia: faculdade, concurso público, estabilidade. Mas onde estava o meu espaço nesse planejamento? Quando alguém me perguntaria qual era o plano que EU queria para a minha vida?
Aquela sala se abriu para nós como um portal para o desconhecido, um lugar onde a guerra interna que travávamos — entre os medos herdados e as aspirações desconhecidas — poderia, talvez, encontrar trégua.
Fecho os olhos e ainda vejo a estante de livros, a janela sempre aberta, o som da minha própria voz ganhando força enquanto eu tentava decifrar o que faltava, o que eu realmente desejava. E assim, com o tempo, a psicologia se tornou uma dança de idas e vindas na minha vida. Fui tocada e transformada por essas profissionais que me apresentaram ao meu próprio mundo interno. Elas não só me ouviram, mas me mostraram que havia muito mais a ser dito, que o silêncio também conta histórias.
Hoje, como psicóloga, percebo que cada uma dessas experiências foi uma peça essencial na construção da profissional que sou. Ter entendido, desde cedo, a minha história e o meu lugar nela me libertou para ser quem sou — com minhas dúvidas, meus medos e, sobretudo, minha força.
A psicologia, para mim, sempre foi mais do que uma profissão. é um encontro bonito, um espelho que reflete aquilo que realmente importa. E, no fundo, me ensinou que o mais importante não é encontrar respostas, mas ter a coragem de fazer as perguntas certas. Perguntas que nos guiam, nos desafiam, e que, no final das contas, nos levam para quem somos.
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